segunda-feira, 19 de julho de 2010

AV PAULISTA A HISTORIA



Paulista 2.jpg
A avenida à noite.


A Avenida Paulista é um dos
logradouros mais importantes domunicípio de São Paulo, a capital do estado homônimo.

Considerada um dos principais centros financeiros da cidade, assim como também um dos seus pontos turísticos mais característicos[2], a avenida revela sua importância não só como pólo econômico, mas também como centralidade cultural e de entretenimento. Devido à grande quantidade de sedes de empresas, bancos, consulados,hotéis, hospitais, como o tradicional Hospital Santa Catarina e instituições científicas, como o Instituto Pasteur, culturais, como oMASP. Movimentam-se diariamente pela avenida Paulista milhares de pessoas oriundas de todas as regiões da cidade e de fora dela.

Além disso,a avenida é um importante eixo viário da cidade ligando importantes avenidas como a Dr. Arnaldo, a Rebouças, a 9 de Julho, a Brigadeiro Luís Antônio, a 23 de Maio, a rua da Consolação e aAvenida Angélica.

História


Inauguração da Avenida Paulista em1891. Aquarela de Jules Martim

A avenida foi criada no final do século XIX a partir do desejo de paulistas em expandir na cidade novas áreas residenciais que não estivessem localizadas imediatamente próxima às mais movimentadas centralidades do período, por essa época altamente valorizadas e totalmente ocupadas, tais como a Praça da República, o bairro de Higienópolis e osCampos Elísios. A avenida Paulista foi inaugurada no dia 8 de dezembro de 1891, por iniciativa do engenheiro Joaquim Eugênio de Lima, para abrigar paulistas que desejavam adquirir seu espaço na cidade.

A avenida em 1902, vista da residência de Adam Von Bülow. Foto de Guilherme Gaensly.

Naquela época, houve grande expansão imobiliária em terrenos de antigas fazendas e áreas devolutas, o que deu início a um período de grande crescimento. As novas ruas seguiam projetos desenvolvidos por engenheiros renomados, e nas áreas mais próximas à avenida e a seu parque central os terrenos eram naturalmente mais caros que nas áreas mais afastadas; não havia apenas residências de maior porte, mas também habitações populares, casebres e até mesmo cocheiras em toda a região circundante (vide memórias de Lucia Salles). Algum tempo após a construção da avenida foram aprovadas leis que desviavam o tráfego de muares e animais de carga devido ao grande volume de excremento depositado na via carroçável e à impossibilidade de o poder públicomantê-la limpa; logo, o tráfego foi desviado para a rua que ladeia a avenida Paulista e hoje é a Alameda Santos, sendo autorizado apenas em horários pré-estabelecidos. Seu nome seria avenida das Acácias ou Prado de São Paulo, mas Lima declarou:

Cquote1.pngSerá Avenida Paulista, em homenagem aos paulistasCquote2.png
A avenida em 1928.

No fim do anos 20, seu nome foi alterado para avenida Carlos de Campos, homenageando o ex-presidente do estado, mas a reação da sociedade fez com que a avenida voltasse a ter o nome com o qual foi criada e é conhecida até os dias de hoje.

A avenida foi aberta seguindo padrões urbanísticos relativamente novos para a época: seus palacetes possuíam regras de implantação que, como conjunto, caracterizaram uma ruptura com os tecidos urbanos tradicionais. Os novos palacetes incorporavam os elementos da arquitetura eclética (tornando a avenida uma espécie de museu de estilos arquitetônicos de períodos e lugares diversos) e dos novos empreendimentos norte-americanos: estavam todos isolados no meio dos lotes nos quais se implantavam, configurando um tecido urbano, diferente do restante da cidade, que alinhava a fachada das edificações com a testada do terreno. Isso fez com que a avenida possuísse uma amplidão espacial inédita na cidade.

A avenida em 1970, antes do alargamento das pistas.

A avenida Paulista foi a primeira via pública asfaltada de São Paulo, em 1909, com material importado da Alemanha, uma novidade até na Europa e nos Estados Unidos.[3]

Esse perfil estritamente residencial da avenida permaneceu até meados da década de 1950, quando o desenvolvimento econômico da cidade levava os novos empreendimentos comerciais e de serviços para regiões afastadas do seu centro histórico. Em pouco tempo, praticamente, todos os palacetes da avenida tinham sido vendidos e substituídos por pequenos prédios de escritórios e comércio.

Durante as décadas de 60 e 70, porém, e seguindo as diretrizes das novas legislações de uso e ocupação do solo, e a valorização dos imóveis incentivada pela especulação imobiliária, começaram a surgir naquele local os seus agora característicos "espigões" - edifícios de escritórios com 30 andares em média[4].

Durante esse período, a avenida passou por uma profunda reforma paisagística. Os leitos destinados aos veículos foram alargados e criaram-se os atuais calçadões, caracterizados por um desenho branco e preto formado por mosaico português. O projeto de redesenho da avenida ficou a cargo do escritório da arquiteta-paisagista Rosa Grena Kliass, enquanto o projeto do novo mobiliário urbano da avenida foi assinado pelo escritório Ludovico & Martino.


Características

Vista da Avenida Paulista.
A Avenida Paulista à noite.

A avenida possui muitos restaurantes que recebem diariamente milhares de pessoas que moram e trabalham na região. Nela se localiza o conceituadoMuseu de Arte de São Paulo, o MASP, e também o Parque tenente Siqueira Campos, também conhecido comoParque Trianon. Possui faixas largas para pedestres e é servida pelas estações Brigadeiro, Trianon-Masp,Consolação (da Linha 2-Verde) ePaulista (da Linha 4-Amarela) do Metrô de São Paulo. Tem o edifício da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a FIESP, que também abriga o Sesi, que, por sua vez, possui teatro para apresentações gratuitas como também biblioteca com acervo vasto e muitos livros novos, permitindo o empréstimo gratuito à qualquer pessoa que leve comprovante de endereço.

Em sua extensão está a maior concentração de consulados da cidade, tais como os da: África do Sul, Albania, Argentina, Bélgica, Bolívia, Chile, Coréia do Sul,França, Índia, Itália, Japão, Jordânia, Libano, Luxemburgo, Mônaco, República Dominicana, Síria, Suíça e Taiwan.[5] [6]

É famosa também a antena do prédio da Fundação Cásper Líbero, sendo a maior e mais alta da avenida e que chama a atenção devido à sua iluminação amarelada. O mesmo prédio também é famoso por suas escadarias, pelo Teatro Gazeta, pela sede da TV Gazeta, da Rádio Gazeta FM, da Faculdade Cásper Líbero e pelo cinema Reserva Cultural.

No seu conjunto arquitetônico, possuía vários casarões de famílias tradicionais de fazendeiros ligados ao café, assim como de novos ricos, em sua maioria de origem árabe e italiana. Poucos casarões ficaram, como é o caso da Casa das Rosas, uma obra do escritório do renomado arquiteto Ramos de Azevedo, para residência de sua filha, que atualmente é público, abrigando biblioteca e oferecendo exposições e lançamentos de livros.

Na avenida também se localiza o Conjunto Nacional, complexo que abriga área comercial, com variado tipo de lojas, como aLivraria Cultura, cinemas, e pontos de alimentação, assim como um prédio residencial. Abrange o quadrilátero da Avenida Paulista, rua Padre João Manuel, alameda Santos e rua Augusta. Construído onde ficava o palacete residencial da família deHorácio Sabino, cuja esposa, dona América, foi homenageada com a "Vila América", como foi denominada a região.


Diversos

A avenida Paulista atualmente.
A tradicional decoração de Natal daavenida. Uma das principais atrações turísticas da cidade nas comemorações de fim de ano.
  • Na praça Oswaldo Cruz, onde tem início a avenida, no lado da Subprefeitura deVila Mariana (o outro lado pertence à da Sé), existe uma bela escultura do Índio Pescador.
  • Na Praça Marechal Cordeiro de Farias, no final da avenida, no seu centenário, em 1991, foi encomendada à artista plástica Lílian Amaral e ao Arquiteto Jorge Bassani, a escultura Arcos ou Caminho, (também chamada de Arco-íris metálico), composta por 12 arcos coloridos, seguindo uma seqüência tridimensional que explora o espaço, o que permite passagem do público por entre os arcos.
  • A Feira de Antiguidades do Masp funciona desde 1979 e, sendo organizada pela Associação de Antiquários do Estado de São Paulo (AAESP) e ocorre no vão livre do museu, aos domingos, das 10h às 17hs. Reúne artefatos e uniformes de guerra, condecorações, câmeras fotográficas, porcelanas, cristais, joias, pratarias, entre muitos outros artigos.
  • O Sesquicentenário da Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1972, foi comemorado com grande desfile, realizado com muita pompa. na avenida.[carece de fontes]
  • Com 200 mil moradores, se a avenida fosse uma cidade, estaria entre as 150 maiores do Brasil, próxima de cidades como Praia Grande (244.533) e Boa Vista (249.853).[7]
  • Todos anos são realizadas as festas de réveillon na avenida. Na passagem de ano para 2009, participaram cerca de 2,4 milhões de pessoas, com shows de Saia Rodada, Babado Novo, KLB, Daniel,Skank e escola de samba Vai-Vai.[8] Foram mais de 15 minutos de espetáculo com fogos de artifício, os quais foram lançados de dois edifícios da avenida, cruzando-se no ar e formando um portal de luz para o início do ano de 2009.[9]

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